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No alto da montanha
dentro de mim
tamanha imensidão
de terras sem fim
lá os ventos cantam
pra quem quer escutar
ensinos que o tempo
sabe como ensinar
lá os bichos mostram
não há o que temer
desafio é alimento
pra quem ousou nascer
lá a água chora
alegrias e tristeza
na queda da cachoeira
anuncia a natureza
lá as grandes nuvens
a vista logo seduz
lembrando a dualidade
onde há sombra, há luz
lá volto pra dentro
e escuto a intuição
que lê o que não vejo
e dá sentido à razão
razão que sozinha
não passa de semente
sendo mal regada
continua inconsciente
no alto da montanha
brota no interior
fruta nova que vai
renovar o seu sabor.
Keyane Dias
1º/12/13 – Cachoeira da Fumaça, Vale do Capão (BA)