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Mora dentro de mim uma velha
Por mais que o acaso fértil do destino
Me presenteie com jeitos de moça
É a velha quem canta, dança, cozinha, observa
Os segredos que ela guarda
Minha moça tão pouco conhece
Só às vezes
Em con[tato]
As duas se tocam pelo olhar
Em um jardim oculto e visceral
Se bem me lembro
Chamam isso de intuição
A velha mora dentro
A velha mora fora
Ela sempre quer sair
Até parir a si mesma
Totalmente
No despontar dos meus cabelos brancos.
Keyane Dias
23.10.14 – Samambaia (DF)