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Ao amanhecer, desperto.
Ao anoitecer, descanso.
Entre o dia e a noite,
careço de entender as tardes,
a travessia das auroras,
o meio das horas.
Pois a origem e o fim são o que são,
mas o eterno presente,
o meio de tudo,
é somente aquilo que nós somos.
Careço de entender quem sou,
e por isso vivo.
São as tardes correntes das idades
o chão da revelação,
os dias que tem como fim um novo começo.
Se quero entender quem sou,
olho-me no espelho do tempo
que me diz no risco celeste das horas:
sou a tarde entre as minhas auroras.
Key Dias — 22.05.17
