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Repara!
Velhas convicções
despedaçaram-se
em um amplo renovo
que te aguarda a romper
a gaiola do medo.
É hora de despir o corpo original,
onde habita a alma intocada
que só você abraça
nas madrugadas em que a luz
descansa no teu sono.
Despidos e úmidos pelo sereno,
lágrima de amor ancestral
que regou a primeira flor,
avistamos nos saberes antigos
a renovação do velho padrão,
que não cabe em mais ninguém.
A valentia para abrir o peito,
apurar o olhar
e abraçar o irmão,
que segue esquecido
de que pode ser quem é,
é a urgência dos dias.
Keyane Dias — Setembro/2017