É dolorido e é dual
seguir sorrindo,
enquanto milhares
ainda morrem
sem conseguir respirar.
Seguir sorrindo,
enquanto a estupidez,
forjada de poder,
é a pior pandemia
que assassina o meu país.
Mas medito,
mergulho,
reflito,
insisto
e o peito
ainda dói
persistindo
em sorrir.
É que a distância é fria,
mas a memória é quente,
e o riso renascente,
no fio das lembranças,
ainda é cura e antídoto.
Tem dor na memória,
mas também tem riso.
E se eles
nunca quiseram
nos ver sorrir,
ainda que doa,
ainda que choremos,
seguirei sorrindo.
Porque relembro folias,
e saias rodadas,
na lembrança vejo mães,
quilombos, estradas.
Também vejo quem findou
toda vontade de sorrir,
invocando memórias
que desconhecem desistir.
Seguem luta e luto
comungando em rezo
por quem se foi,
pelos que irão,
e a coragem
segue ciente
enquanto pisarmos
no chão.
Ainda veremos casas cheias
nos almoços de domingo,
carnavais, capoeiras,
saraus e torés reexistindo.
Enfim,
respiraremos
o contato
e o fato
de que eles
passaram,
caíram
e choraram
ao nos ver
sorrindo.
Keyane Dias, julho de 2020
Que lindo Key!!! Ás vezes penso que estou sonhando, num pesadelo, mas como todo sonho, essa realidade vai passar, e poderemos sorrir mais! Obrigada por suas palavras!!!
Seguimos… desde que o mundo é mundo superamos, sonhamos e fomos adiante. Passará!!! Grata!
IMENSA GRATIDÃO Mta EMOÇÃOOOOO. NOOOSSSA
Eu que agradeço, Giselia. Vamos superar e seguir, sorrindo!