Tomada de lonjuras
Fui lambida por silêncios
Sucumbindo essa errância
De ter sempre o que dizer
E ainda que eu diga
Insiste um silêncio nu
No hiato das palavras
Escondidas do querer
Eu bem queria
Mas prefiro a poesia
Que não tem despertador
Dessas que, nem tão cedo
Te acordam pelo peito
Pra despetalar a dor
Abril / 2020

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